Pois é, realmente verificamos que a população está envelhecida.
Cada vez mais os casais têm dificuldade em procriar, a infertilidade predomina, os infantários têm preços abusivos, as actividades extracurriculares são pagas como extras e as necessidades primárias das crianças não são baratas.
As escolas do estado (pré-escola) possuem horários incompreensíveis e incompatíveis com os horários profissionais da maior parte da população activa, têm poucos profissionais com formação para a quantidade de crianças que possuem, as instalações são insuficientes ou com falta de condições, os recreios não têm equipamentos ou espaços adequados, fecham (pelo menos na área onde resido) às 15h ou 15:30h (informação fornecida pela profissional que estava presente na altura e que me disse que não me poderia fornecer informação sobre a eventualidade do prolongamento de horário, impossível para mim).
Relativamente ao período de férias, lamento, mas só tenho 22 dias úteis de férias e segundo sei a pré-escola está encerrada de Julho a perto de 15/09, não me é possível. A entidade avó, no meu caso, não me pode socorrer por questões de saúde.
Perante esta perspectiva como é possível aumentar a taxa de natalidade no nosso país?
Quem pretende adoptar uma criança enfrenta dificuldades acrescidas, começa o processo de adopção quando a criança tem 3 anos e só termina, com muita sorte, quando ela tiver idade de entrar para a escola, é algo inaceitável a morosidade e a papelada, já sem falar na burocracia, que envolve este percurso.
Lamento informar os Srs. Políticos responsáveis por situações relativas à Educação e à Natalidade, mas esta é a realidade que o país atravessa, já há alguns anos, e com tendência a agravar?
Outro problema que agrava todo este "conceito de vida" é que as soluções para os problemas da nossa sociedade são originadas em pessoas que não têm conhecimento das causas e nem do funcionamento dos serviços que as assistem (não sei se me estou a explicar convenientemente), pois não é um menino que tem um curso tirado com todas as facilidades económicas e confortáveis, que nunca usufruiu dos serviços públicos - por necessidade - que percebe quais são os problemas e as soluções, nem sempre estas são fáceis.
Por exemplo um dos problemas da infertilidade, segundo consta, é o stress, a correria diária, o sistema nervoso, em vez de dar dinheiro do estado para resolver porque não alterar o sistema de vida da sociedade, criar condições para o emprego sem tanto stress acrescido, descentralizar, facilitar horários, abrir escolas públicas mais cedo (colocar mais funcionários), enfim facilitar a vida à população activa, pois os horários de trabalho não são criados em função do horário de funcionamento das escolas.
São meras sugestões de alguém do povo que não percebe muito de legislação, mas da vida do dia-a-dia.
Paisagemviva